sábado, 28 de agosto de 2010

A Via Crúcis de Severino

Depois de muito tempo em processo de escrita, concluí o meu romance intitulado “A Via Crúcis de Severino”. O livro é uma mistura entre aspectos reais e ficcionais e narra a história de um menino negro e pobre que queria ser um jogador profissional de futebol. Ele passa por diversas adversidades e, sempre no caminho da retidão, tentará com todas as suas forças realizar a sua grande quimera. A obra trata de preconceitos, racismo, desigualdade social, abuso sexual, violência, sonhos e educação, enfatizando a leitura como um elemento crucial para o desenvolvimento de forma plena do ser humano.

domingo, 22 de agosto de 2010

Currículo: Instrumento de Mudança

Ao longo dos anos no Brasil, o currículo tem sido discutido e analisado sob diversos enfoques. Sempre há constantes debates e interesses em compreender o processo curricular brasileiro. Nunca neutro, o currículo está sempre centrado em uma abordagem de ensino e/ou tendência pedagógica, ainda que implícita. Ele torna-se um aspecto importante para que a escola cumpra (ou pelo menos tente cumprir) o seu papel essencial que é o desenvolvimento integral dos indivíduos, preparando-os para a vida em sociedade.
Quando surgiram no Brasil os primeiros debates sobre currículo, teóricos brasileiros buscavam compreendê-lo e assim redirecioná-lo às necessidades brasileiras. O Movimento da Escola Nova surgiu tendo como principal mentor e líder o educador baiano Anísio Teixeira. Esse movimento, objetivava superar a Pedagogia Jesuítica Tradicional, era baseado no Progressivismo Americano e Europeu e havia a intenção de adequá-lo às realidades brasileiras. Esse ecletismo também se deu com relação à tendência pedagógica. Durante muitos anos, houve no campo do currículo, uma combinação entre idéias da Pedagogia Progressivista e elementos da Pedagogia Tecnicista, com maior enfâse, na maioria das vezes, na segunda.
Sendo um instrumento sempre imbuído de intencionalidade, para construí-lo é necessário que se tenha consciência da visão de homem e de sociedade que se tem e do tipo de homem que se quer formar, para que tipo de sociedade se quer construir.
É preciso que se tenha claro uma filosofia de educação para que a mesma atinja o seu objetivo primordial: formar cidadãos plenos, partícipes e com papéis ativos numa sociedade com relações harmoniosas e democráticas, portanto o currículo é perpassado por ideologias e relações de poder. O mesmo torna-se de difícil concretização, afinal os professores adquirem esses conhecimentos críticos, trabalham em ambientes com instrumentos e relações tecnicistas, sofrendo pressões e influências das mesmas e carregam consigo ainda um arcabouço profundamente tradicional.