sábado, 19 de março de 2011

Artigo Sobre Avaliação da Aprendizagem Escolar

Estou escrevendo um artigo sobre Avaliação da Aprendizagem Escolar, em que realizo uma abordagem do tema à luz da concepção de avaliação do Professor Cipriano Luckesi. Tendo como pano de fundo a "Avaliação Construtiva" do autor, realizo no trabalho, uma tessitura com a minha prática pedagógica na Escola Municipal Professora Nair de Almeida Brito Souza, no período de 2009 à 2010,  quando trabalhei com o 4º e 3º Ano, respectivamente. Na oportunidade, analiso minha postura avaliativa, os instrumentos de coleta de dados que utilizo, as atividades construtivas realizadas em sala de aula e a tomada de decisão direcionada, a fim de garantir a aprendizagem. A intenção de construir um texto com fundamentação teórica e, ao mesmo tempo, realizar uma análise das atividades, estratégias, recursos e instrumentos práticos utilizados em sala de aula, objetiva garantir uma abordagem interrelacionada entre teoria e prática, evitando assim, a dicotomia entre tais elementos, situação bastante comum em textos educacionais. 
Indico que assistam ao documentário "A Carne é Fraca" do Instituto Nina Rosa. O vídeo informa a crueldade na criação e no sacrifício dos animais, os impactos ao meio ambiente e os malefícios que o consumo da carne de animais bovinos, suínos e aves promove aos seres humanos.   

"Encontro com Milton Santos"

No mês passado tive a oportunidade de assistir ao documentário "Encontro com Milton Santos: a Globalização Vista do Lado de Cá". O documentário traz a tona os processos negativos da globalização, principalmente para os países periféricos. Baseado no livro "Por uma Outra Globalização: do Pensamento Único à Consciência Universal", do geógrafo baiano Milton Santos, em que o mesmo aborda o tema sob três dimensões: a globalização como nos fazem crer que seja, a globalização como realmente é e como ela poderia ser. Com muita propriedade, o professor Milton Santos realiza uma análise profunda desse elemento político-sócio-cultural que avança a cada dia.   

Um Breve Histórico da Alfabetização e Letramento no Brasil

A História da Alfabetização, em nosso país, foi centrada na História dos Métodos de Alfabetização. A disputa entre esses métodos, que objetivavam efetivamente garantir aos educandos a inserção no mundo da cultura letrada, produziram uma gama de teorizações e tematizações acerca de estudos e de pesquisas a fim de investigar essa problemática.
Desde o final do Século XIX, a dificuldade de nossas crianças para aprender a ler e escrever, principalmente na escola pública, incitou debates e reflexões buscando explicar e resolver esses entraves. As práticas de leitura e de escrita ganharam mais forças no final desse século, principalmente a partir da Proclamação da República.
A educação nesse período ganhou destaque como uma das utopias da modernidade. Até então, nessa época, as práticas de leitura e escrita eram restritas a poucos indivíduos nos ambientes privados do lar ou nas “escolas” do império em suas “aulas régias”.
. Até o final do império, as “aulas régias” ofereciam condições precárias de funcionamento e o ensino dependia muito do empenho dos professores e dos alunos. Para a iniciação do ensino da leitura eram utilizadas as chamadas “cartas de ABC” e os métodos de marcha sintética, ou método sintético (da “parte” para o “todo”); da soletração (silábico), partindo dos nomes das letras; fônico (partindo dos sons correspondentes às letras); e da silabação (emissão de sons), partindo das sílabas.
Em 1876, em Portugal, foi publicada a Cartilha Maternal ou Arte da Leitura, escrita por João de Deus, um poeta português. O conteúdo dessa cartilha ficou conhecido como “método João de deus” e foi bastante difundido principalmente a partir do início da década de 1880. O “método João de deus”, também chamado de “método da palavração”, fundamentava-se nos princípios da lingüística moderna da época e consistia em iniciar o ensino da leitura pela palavra, para depois analisá-la a partir dos valores fonéticos.
Na primeira década republicana foi instituído o método analítico que diferentemente dos métodos de marcha sintética, orientava que o ensino da leitura deveria ser iniciado pelo “todo” para depois se analisar as partes que constituem as palavras. Ainda nesse momento, já no final da década de 1920, o termo “alfabetização” passou a ser usado para se referir ao ensino inicial da leitura e da escrita.
A partir da segunda metade da década de 1920, passa-se a utilizar métodos mistos ou ecléticos, chamados de analítico - sintético, ou vice-versa. Esses métodos se estendem até aproximadamente o final da década de 1970.
Já no início da década de 1980, foi introduzido no Brasil, o pensamento construtivista de alfabetização, fruto das pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a Psicogênese da Língua Escrita. O Construtivismo não se constitui como um método, mas sim como uma desmetodização em que na verdade, propõe-se uma nova forma de ver a alfabetização, como um mecanismo processual e construtivo com etapas sucessivas e hipotéticas.
Nessa mesma época, foi constatado um número enorme de pessoas “alfabetizadas”, mas consideradas como analfabetos funcionais, que são as pessoas que decodificam os signos lingüísticos, mas não conseguem compreender o que leram. Surge então o termo “letramento”. Estar letrado seria então, a capacidade de ler, escrever e fazer uso desses conhecimentos em situações reais do dia-a-dia. Alfabetizar letrando é de fundamental importância, pois garante uma aprendizagem muito mais significativa, afinal como afirma Soares (2004):

Alfabetizar letrando ou letrar alfabetizando pela integração e pela articulação das várias facetas do processo de aprendizagem inicial da língua escrita é sem dúvida o caminho para superação dos problemas que vimos enfrentando nessa etapa da escolarização; descaminhos serão tentativas de voltar a privilegiar esta ou aquela faceta como se fez no passado, como se faz hoje, sempre resultando no reiterado fracasso da escola brasileira em dar às crianças acesso efetivo ao mundo da escrita. 

Atualmente vivenciamos uma crise de paradigmas, os métodos de abordagem tradicional e/ou tecnicista, já não dão conta do contexto atual e o Construtivismo, na maioria das vezes, continua sendo mal interpretado, incompreendido e utilizado de forma equivocada, isso quando utilizado. Portanto, entendo que um método ou uma perspectiva de desmetodização, enquanto teoria educacional funciona se há uma real fundamentação teórica e prática e se, relacionado a tal método ou desmetodização, estiverem uma teoria do conhecimento, além de um projeto político e social.       


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Palestra com Cipriano Luckesi

No último dia 14, a nossa cidade, Nazaré-Bahia, foi premiada com uma palestra do Professor Doutor Cipriano Luckesi sobre Avaliação da Aprendizagem Escolar. Na ocasião, o mesmo abordou o tema, dando ênfase principalmente a distinção entre "exames" e "avaliação", conceituando avaliação como um levantamento de dados da qualidade da ação pedagógica e, por conseguinte, a tomada de decisão (intervenção na realidade), além de propor sugestões para a efetivação de uma ação avaliativa mais significativa e "construtiva".

Foto do evento



O Moreno

Já iniciei a escrita do meu segundo romance que será intitulado "O Moreno". 
O livro tem como personangem principal um homem chamado Manuel, apelidado de Moreno, nascido na zona rural e que após mudar-se para a zona urbana vivencia as diversas dificuldades e vicissitudes desse "outro mundo". A narrativa intercala momentos cômicos e comoventes.

A Leitura e a Escrita como Elementos Indispensáveis na Construção da Cidadania


            Ler, escrever e utilizar tais competências no dia-a-dia de maneira positiva é uma exigência social no contexto atual. Quando isso não ocorre sérios problemas acontecem na vida dos sujeitos que acabam não tendo consolidada a sua cidadania.
            Estar alfabetizado no mundo atual é poder entrar em contato com os conhecimentos e informações que nos rodeiam e nos garante o acesso aos bens comuns da sociedade. Diariamente nos é expostas situações em que o domínio da leitura e da escrita torna-se imprescindíveis para a nossa vivência e sobrevivência. Códigos, símbolos e outros elementos se apresentam a todo instante e em todo lugar, exigindo de nós a capacidade de decodificá-los e assim, fazer uso dos mesmos de uma forma proveitosa, racional e significativa.
            Numa sociedade letrada, marcada por signos, a não-apropriação dos conhecimentos básicos para o desenvolvimento da cidadania acaba tornando-se um entrave na vida dos indivíduos. A dificuldade para comunicar-se, pegar um transporte, orientar-se geograficamente ou compreender alguns acontecimentos e fatos do cotidiano, são alguns dos problemas que enfrentam os milhões de não-alfabetizados do nosso extenso País.
            Como uma das condições básicas para a cidadania, a leitura e a escrita se constituem, talvez, como os principais conhecimentos para a efetivação dos direitos humanos, os quais sempre requeremos. Não garantido isso, ficamos à mercê de todos os tipos de flagelos humanos. Uma nação que queira verdadeiramente se desenvolver, precisa erradicar o analfabetismo, porque assim estará promovendo a dignidade e a cidadania.