sábado, 30 de abril de 2011

Aos Alunos e ao Amigo

Gostaria de agradecer pelos comentários de todos.

Portfólio Docente

Utilizo sempre o portfólio que é um elemento de organização e arquivo de registros das aprendizagens dos alunos, selecionados com a intenção de fornecer uma síntese do percurso ou trajetória de aprendizagem. A forma dicionarizada desta palavra é “Porta-fólio” (pasta ou álbum para guardar folhas de papel, com desenhos, imagens, produções de um artista ou autor).
"As traduções em Língua Portuguesa vêm utilizando “portifólio”. Há um consenso sobre as dimensões que devem constar da avaliação de um portifólio:
·         A auto-avaliação pelo aluno;

·         A avaliação pelo (a) professor (a), a partir de: critérios formais e técnicos (objetivos executados, forma de apresentação); critérios qualitativos (relativos ao progresso do aluno, tendo em vista seus patamares iniciais e as aprendizagens ou capacidades evidenciadas);

·         A apresentação de dados concretos sobre os progressos dos alunos para os seus pais.

O sentido maior do uso desse instrumento seria o registro acumulativo e progressivo de dados pertinentes às aprendizagens, em torno de duas direções que o aluno se coloca: o que aprendi? De que forma aprendi? A partir desses eixos, construirá o registro de ações, atividades espontâneas ou dirigidas pelo professor ou pela professora, produções próprias ou reproduções de informações ou documentos, coletas de informações em outras fontes, apreciações e dificuldades. A periodicidade de sua elaboração é determinada pelos objetivos de cada etapa de aprendizagem e pelas motivações ao longo do processo, podendo ser trimestral ou mesmo anual.
Os portifólios não são registros destinados apenas a crianças ou alunos. Pode ser muito valiosa e prazerosa a elaboração do portifólio de professor (a).
É importante, ainda, que professores e professores que alfabetizam compartilhem suas experiências de uso de portifólios em seus trabalhos, registrando suas impressões sobre o significado desse instrumento em sua prática de ensino, seus efeitos nos alunos e nas famílias. Caso não existam essas experiências, a constituição de grupos de estudo sobre o tema e a realização de oficinas podem ser boas estratégias iniciais".

                                                                                                                                     (Pró-letramento)









Tendências Pedagógicas


As Tendências Pedagógicas que orientam a maioria dos professores e professoras no processo educacional, ainda hoje, são as Tendências Liberal Tecnicista e Liberal Tradicional. Na verdade, o que observamos são influências e resquícios dessas tendências, que oficialmente já entraram em desuso.   
O termo "liberal" nada tem a ver com algo “democrático”, “aberto à participação” ou relacionado a “progresso”. Este termo surgiu, advindo do sistema capitalista que defendia o predomínio da liberdade e dos interesses individuais na sociedade e a organizou com base na propriedade privada dos meios de produção. (LIBÂNEO, 1996, p. 21)
            A Tendência Liberal Tradicional consiste em preparar os alunos intelectual e moralmente para assumirem seu papel na sociedade. A escola tem um compromisso com a cultura, deixando para a sociedade a preocupação com os problemas sociais. Os alunos que não conseguem avanços devem procurar o ensino técnico–profissionalizante. Os conteúdos valorizados são os conhecimentos e valores acumulados pela sociedade e que são “passados” como verdades absolutas e inquestionáveis. O método é baseado na exposição verbal, na repetição e memorização. A autoridade do professor é necessária para garantir a passividade, a atenção e o silêncio dos alunos. Os conteúdos são dados numa progressão lógica, através de interrogatórios orais, exercícios e trabalhos para casa, além de provas escritas. De concepção positivista, essa tendência surgiu durante a sociedade feudal, se estendeu até 1945 (segunda guerra mundial) e tem como principal teórico o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917).
            Já a Tendência Liberal Tecnicista, teve como principal pensador o norte-americano Burrus Frederic Skinner (1904-1990) e surgiu entre os anos de 1964 a 1980. Nessa tendência, a escola funciona como modeladora do comportamento humano e objetiva produzir indivíduos com “competência” para o mercado de trabalho. Há uma ênfase na técnica e no controle das condições ambientais, a fim de garantir a transmissão e recepção de informações. O professor é visto como o elo da relação entre o aluno e a verdade científica. Com concepção behaviorista, essa tendência entende o ensino como um processo condicionante através dos “reforços positivos”. O objetivo maior dessa pedagogia é o estudo científico do comportamento. Segundo Skinner: “Se a ocorrência de um (comportamento) operante é seguida pela apresentação de um estímulo (reforçador), a probabilidade de reforçamento é aumentada.”
            Pela incompletude dessas tendências no atual contexto, adotamos a perspectiva construtivista, pois entendemos que o construtivismo surge em contraposição ao ensino mecânico, dogmático em que os educandos não participam da construção do seu conhecimento. O Construtivismo apoia-se no princípio de que o conhecimento adquirido não é algo que vem de fora, de uma pessoa para outra ou através de leituras apenas, e sim, através de experiências que participamos ativamente, conhecendo-as, pesquisando-as, experimentando-as e refletindo sobre elas. Dessa forma - numa sociedade do conhecimento, da tecnologia e da comunicação - entendemos que a concepção construtivista melhor contempla o momento atual no qual estamos inseridos.